A Fiat atuava no mercado de picapes em duas frentes: nas compactas com a Strada e nas pequenas com a Toro – ambas líderes em suas categorias. Agora, o fabricante está estreando em outro segmento, o das médias, liderado pela Toyota Hilux.
A escolha foi pela Titano, um veículo oriundo de uma parceria da Peugeot, que também faz parte do Grupo Stellantis, com a Changan. Assim, foi criada a Kaicene F70 para a empresa chinesa e a Landtrek para a companhia francesa. Inclusive, em alguns países da América Latina, como no Chile e no Uruguai, ela é comercializada pela Peugeot.
A Titano é montada no Uruguai, na Nordex, mesma fábrica onde são produzidos modelos de diversas marcas como Ford Transit, Kia Bongo, Citroën Jumper, Peugeot Boxer e o Fiat Scudo. É a única montadora do Uruguai, fundada em 1962 e que desde o ano passado tem 49% do seu capital acionário pertencente a Stellantis.
A picape chegou ao Brasil em três versões, sempre com cabine dupla, tração 4×4 e motorização diesel. A versão Endurance, a mais acessível (R$ 219.990) é a única com transmissão manual, as outras duas Volcano (R$ 239.990) e Ranch (R$ 259.990) são equipadas com uma transmissão automática de seis velocidades.
Nas três, o motor turbodiesel de 2.2 litros (o mesmo aplicado na Ducato), entrega 180 cv de potência aos 3.750 rpm. O torque máximo, atingido aos 2 mil giros, é de 37,7 kgm com câmbio manual e 40,8 kgfm com transmissão automática. É um propulsor áspero, mas que oferece bastante economia.
Rodamos na Bahia com a versão Ranch, que, pela aferição do Inmetro, tem consumo urbano de 8,5 km/l, no entanto, em nossas medições, em Salvador, ficou em 9,8 km/l. Na estrada, também conseguimos médias superiores: 10,8 km/l contra 9,2 km/l do Inmetro.
Em todas as opções da Titano a direção tem assistência hidráulica, que é menos precisa que o sistema elétrico. É a direção um dos pontos negativos da picape. O sistema poderia ter uma responsividade melhor, o que iria melhorar a dirigibilidade do utilitário.
Outro fator, que está também relacionado à direção, é o diâmetro de giro, que é maior que as concorrentes diretas. A Titano precisa de 14 metros para dar uma volta completa, espaço maior que o da Nissan Frontier (12 m), Toyota Hilux (12,4 m), Chevrolet S10 (12,7 m) e Ford Ranger (12,8 m).
Calibrar a suspensão de uma picape é uma tarefa complexa. O conjunto precisa ser robusto, para suportar fortes impactos com o veículo carregado e oferecer conforto quando está transitando sem peso na caçamba. A Titano traz feixes de molas na suspensão traseira, típicas da categoria e a engenharia da Fiat conseguiu uma boa calibração. No entanto, ainda transmite alguma vibração para a direção quando o piso é ruim.
BEM EQUIPADA
Se por fora a picape ostenta um grande emblema na grade dianteira e seu desenho é autêntico, sem remeter diretamente a um modelo da Peugeot, o interior entrega a parceira francesa da Fiat. O console central tem teclas de comando da Peugeot, como do 3008.
A central multimídia também remete aos modelos da empresa e tem tela de 10 polegadas. Na versão topo de linha exibe imagens das quatro câmeras, que formam uma visão 360 graus – muito útil em um veículo desse porte. Há compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto, porém, somente via cabo. A boa notícia é que ela tem um GPS nativo, bom para quem usa o veículo em locais sem sinal de celular.
A versão Ranch tem bons equipamentos, com destaque para: seis airbags, tela central digital (4,2 pol) no quadro de instrumentos, ar-condicionado de duas zonas com saída traseira, partida por botão, faróis e lanternas de LED e bancos dianteiros com ajustes elétricos. Em relação aos assistentes de auxílio à condução tem apenas o alerta de saída de faixa.
Publicado originalmente em: https://www.portovel.com.br/economica-fiat-titano-estreia-com-precos-competitivos/